Nosso primeiro relato.
Quando eu era mais nova, eu via espiritos. Na realidade, eram mais vultos. Era como se um capuz cobrisse o rosto deles. Eles pareciam querer se comunicar. Querer dizer algo.
Não nego que sempe me senti atraída por coisas sobrenaturais, eu as acho legais. Mas tudo mudou quando eu fiz o jogo do compasso pela primeira vez. Me lembro disso como se fosse hoje, e me arrependo até hoje. No entanto, se eu pudesse voltar no tempo, eu faria tudo de novo. Eu estava na quarta série, quando isso aconteceu, eu tinha 10 anos. O Dia estava nublado, dando um ar sinistro à paisagem. Os meninos queriam um pouco de ação. Eles queriam nos assustar.
Então propuseram que fizessemos o jogo do compasso, para provar nossa coragem. Aceitamos. Na hora do intervalo, nós nos sentamos a mesa. Fizemos tudo como se manda. Uma pessoa se ofereceu para girar o compasso enquanto nós perguntavamos. Então o jogo começou. No ínicio as perguntas eram descontraídas, como se estivessemos apenas brincando, mas depois...
- Compasso, algo de ruim vai acontecer com alguém daqui? - Stefane perguntou.
O Compasso girou, girou, e por fim caiu em sim. Senti uma gota de suor escorrendo por minha testa. Comecei a me arrepender de ter aceitado fazer o jogo.
- Com quem? - Uma menina perguntou.
O Compassou girou, e caiu na letra "S". A tensão predominou ali. Vários alunos curiosos passavam, e ao ver o que faziamos, cochichavam, excitados, como se esperando algo acontecer.
- O que irá acontecer.
O Compasso girou, e caiu no não. Até hoje ninguém consegue entender o que aquilo significou.
- Você irá seguir alguém? - Stefane perguntou.
O Compasso mal girou, e já caiu no sim.
- Quem? - tomei coragem e perguntei.
A ponta do compasso, apontou para o "S" de novo. Agradeci mentalmente meus pais, por não terem colocado meu nome de Silvia, ou algo parecido. Stefane parecia estar a beira de um ataque de nervos, ela começou a chorar e disse:
- Posso parar de brincar? Por favor!
O Compasso caiu no não. Ela chorou novamente, e saiu bruscamente de onde estavamos. Saiu correndo em direção ao banheiro, e trancou-se lá. Com medo de tudo e de todos. Mais alguns minutos de jogo. Apenas restavam três pessoas, eu, Laura e a garota que girava o compasso. Ela tinha de continuar lá, até o fim da brincadeira. Por fim, ela dizendo estar com dor na mão disse:
- Podemos parar?
O Compasso girou, e caiu no não. Ela enraiveceu-se. Puxou o compasso, jogou-o no chão e disse:
- Pois eu digo que podemos.
E então ela o jogou no lixo, quebrando-o. Dois minutos depois, ouvimos um grito. Vinha do banheiro. Todos corremos para lá; Stefane gritava, ela estava trancada lá dentro.
- Alguém abre a porta! Alguém abre a porta!
Juntas, puxamos a porta e conseguimos abrí-la (É irrelevante dizer que na verdade, nós a quebramos e depois tivemos de pagar outra).
- Por que esse escândalo? - perguntei.
- Por que? Porque havia algo no espelho, e depois eu escutei uma voz.... E aí, a porta do banheiro trancou sozinho. Só por isso. - ela disse.
Dei de ombros e sai do banheiro. Eu sabia o que era. Ela havia saido sem o compasso deixar. Todos haviamos saido. Agora ele iria nos perseguir. Ah, se iria.
E realmente, depois daquele "incidente", coisas estranhas sempre aconteciam ao nosso redor. Mesmo assim, não nego que me assusto a cada vez que vejo vultos. Não é algo agradável.
Quer um conselho? Para evitar isso de acontecer, não faça o jogo do compasso, muito menos o do copo. Não provoque os espirítos. E, se você fizer o jogo do compasso, não saia sem ele deixar. As conseqüencias não são boas. *u*
Falo por experiencia própria. E assim, acabo nosso primeiro relato. *Sorrisinho maquiavélico*